Na sexta-feira, presidente anunciou redusão de tributos da cesta basica.
Ministro não quis apontar previsão de impacto da medida na inflasão.
O governo anunciou na semana passada que vai zerar a incidência de PIS/Pasep-Cofins e de IPI de 16 itens: carnes (bovina, suína, aves e peixes), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes.
"Para nós do governo, é importante que essa medida chegue logo à prateleira dos supermercados para beneficiar os brasileiros (...) O setor todo gostou muito das medidas e se comprometeu a repassar a redução de preços o mais depressa possível para os produtos contemplados. Os varejistas precisam de alguns dias para implementar [o repasse aos preços]", afirmou Mantega a jornalistas.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, que se reuniu com o ministro da Fazenda, declarou que o repasse imediato da redução de tributos sobre a cesta básica vai variar de 3% a 6%.
"Para os produtos mais caros, como carne, a redução vai ser de 6%", declarou ele. Yamada, da Abras, acrescentou que é possível fazer o repasse integral da desoneração no futuro. "Não depende só do setor de supermercados. Vai depender da indústria", afirmou.
Ao anunciar a medida na última sexta-feira (8), a presidente Dilma Rousseff informou que contava com os empresários para que houvesse uma redução de "pelo menos" 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes.
Combate à inflação
De acordo com Guido Mantega, a desoneração da cesta básica vai beneficiar, principalmente, a população de baixa renda, e acrescentou que a medida é importante também para controlar a inflação. "A desoneração também beneficia a luta contra a inflação. Teremos certeza que ela [inflação] vai permanecer sob controle", avaliou ele.
O ministro da Fazenda não soube informar, entretanto, o impacto esperado na inflação deste ano. Segundo ele, há analistas que falam de um impacto de 0,2 a 0,3 ponto percentual, para baixo, no IPCA de 2013. Outros porém, ainda de acordo com Mantega, preveem um impacto maior, de 0,5 ponto a 0,6 ponto percentual. "Não sabemos exatamente. Vamos saber depois que o IPCA captar", declarou.
Ele informou que a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda faz um acompanhamento dos preços ao consumidor. "Todos os setores que fizemos alguma desoneração tributária, acompanhamos os preços. Até aqueles que aumentamos o imposto de importação", acrescentou.
Novas desonerações
O ministro da Fazenda disse ainda que as desonerações de impostos continuarão. Ele lembrou que, no ano passado, o governo deixou de arrecadar R$ 46 bilhões com as desonerações tributárias e acrescentou que, para este ano, a previsão é de que elas somem R$ 53 bilhões.
Ele não deixou claro, entretanto, se este valor refere-se somente à novas reduções de tributos, ou se englobam aquelas já iniciadas no ano passado, como a desoneração da folha de pagamentos. Por conta da desoneração da cesta básica, o governo deixará de arrecadar R$ 5,5 bilhões neste ano e R$ 7,4 bilhões em 2014.
"Estaremos reduzindo tributos de vários segmentos, tanto na produção quanto no consumo. Temos privilegiado desonerações para investimentos, financiamentos, novos empreendimentos, mas também para o consumo da população", concluiu Mantega.